Por que restaurar rios? ‘Apenas’ para a conservação da biodiversidade e melhoria dos ecossistemas fluviais? Ou serão outros benefícios da restauração de rios valiosos o suficiente para restaurar também os rios? Quando vale a pena restaurar um rio do ponto de vista económico?
A restauração dos rios pode aumentar significativamente os serviços prestados por um ecossistema saudável, muitas vezes negligenciados pelos decisores, tais como o controlo de cheias, a recarga das águas subterrâneas, a remoção da poluição, as oportunidades recreativas, o aumento do valor das propriedades devido à crescente procura de ambientes mais naturais.
Por outro lado, os programas de recuperação de rios podem implicar mudanças significativas na gestão da água e no uso da terra e, portanto, impactos económicos negativos em certas atividades económicas; pode dificultar a navegação ou a agricultura, por exemplo. A fim de apoiar o planeamento e as decisões das bacias hidrográficas nas políticas relacionadas com os rios, é, portanto, muito importante avaliar estes impactos com métodos apropriados e transparentes e compará-los com os benefícios previstos.
Estão disponíveis diversas abordagens, desde a clássica Análise Custo-Benefício (ACB), à Análise Multicritério (MCA), até à perspetiva mais recente de “serviços ecossistémicos”. Entre as principais questões metodológicas a abordar, destacam-se as seguintes:
• que elementos, variáveis e indicadores de qualidade utilizar para avaliar o estado dos ecossistemas fluviais e de todas as partes interessadas envolvidas? Existem listas/categorias acordadas de serviços (redução de inundações, purificação de água, recreação) fornecidos por ecossistemas fluviais saudáveis?
• como é que o estado e os processos dos rios influenciam as variáveis do sistema e somos capazes de modelar estes processos envolvidos na prestação de serviços ecossistémicos?
• quando é apropriado rentabilizar os serviços prestados? Que técnicas de avaliação estão disponíveis?
