Os fenómenos de seca são processos naturais que se caracterizam pela baixa precipitação durante um período prolongado de tempo. São agravados pelas alterações climáticas e têm consequências graves, não só para os ecossistemas e biodiversidade, como também para a sociedade e para atividades económicas essenciais como a agricultura.
A nível global, as alterações climáticas não só alteram os padrões ambientais, como levam também à ocorrência de eventos climáticos extremos – secas e cheias. Segundo um relatório das Nações Unidas, cerca de 74% dos desastres naturais entre 2001 e 2018 foram relacionados com a água. Adicionalmente, os países mediterrânicos são criticamente vulneráveis ao aumento da escassez de água provocada pelas alterações climáticas. Neste contexto, é importante sublinhar que o principal fator responsável pelas alterações climáticas é a atividade humana, responsável pela destruição de ecossistemas naturais, pela conversão de florestas em sistemas agrícolas de monoculturas intensivas, pelo consumo excessivo de recursos escassos como a água e pela destruição de habitats únicos, como é o caso dos rios e do montado de sobro e azinho.
Em Portugal, é de destacar o mau planeamento e gestão dos recursos hídricos, assim como a falta de articulação entre políticas de agricultura e estratégias de conservação e restauro de ecossistemas. Isto reflete-se na utilização inadequada do solo, na degradação dos recursos hídricos e numa maior suscetibilidade para eventos de seca.