Os fenómenos de seca afetam não só a sociedade humana, como também os ecossistemas e a biodiversidade. A maior frequência de situações de seca meteorológica em Portugal Continental nas últimas décadas confirma, dentro do cenário de alterações climáticas, o aumento do risco e da vulnerabilidade do nosso país à escassez de água, tendo grandes impactos, nomeadamente nos ecossistemas, na biodiversidade, na sociedade e na agricultura.
No cenário atual, face aos níveis reduzidos de água observados em muitas albufeiras, tem vindo a ser necessário o governo definir cotas de água a partir das quais a produção de energia, ou a rega, ficam condicionadas de forma a salvaguardar os volumes necessários para o abastecimento público. Com o agravamento dos efeitos das alterações climáticas, prevê-se que isto venha a acontecer com maior frequência.
A construção de barragens, na maior parte das vezes, uma falsa solução para este problema, estimulando um consumo cada vez mais excessivo de um recurso cada vez mais escasso. Ao invés, as soluções deveriam passar pela conservação e restauro dos ecossistemas ribeirinhos, e pela implementação de formas de agricultura mais sustentáveis e menos dependentes da água, com culturas adaptadas ao nosso clima e às nossas regiões.