Esta não é uma situação anormal na Europa. Tem existido ao longo dos anos um grande esforço por parte de vários países de identificar onde estão estas barreiras e concluir se ainda têm alguma utilidade, mesmo que não seja aquela com que foram inicialmente concebidas. Por esse motivo, vários países estão a apostar na sua readaptação ou até remoção de barreiras, desde pequenos açudes a barragens de pequena e média dimensão, ou até mesmo grandes barragens.
EUA: + de 1 300 barragens foram removidas entre 1912 e 2015
França: + de 2 300
Suécia: + de 1 400
Espanha: + de 200
Reino Unido: + de 100 (aproximadamente)
Holanda: entre 30 – 50
(Fonte: Dam Removal Europe)
Remoção da Barragem de Sindi, no Rio Pärnu, Estónia | ©Dam Removal Europe
EUA
Desde o século XIX, nos Estados Unidos da América, 75 000 barragens haviam sido construídas com mais de 10 metros de altura, o que significa construir, em média, uma barragem por dia, desde que Thomas Jefferson foi presidente. Devido a este número tão elevado de barragens, os EUA tornar-se-iam cada vez mais dependentes em energia elétrica, e por esta razão cada vez construíam mais barragens, pois metade dessa energia era proveniente de centrais hidroelétricas.
Porém, em 1889 deu-se um rompimento numa barragem denominada South Fork. Algo que ninguém conseguiu prever. A ocorrência foi classificada como um desastre natural e matou mais de 2 200 pessoas.
Já foram removidas mais de um milhar de barragens nos últimos 50 anos. As primeiras foram pequenas barragens de exploração mineira em zonas remotas, que há muito tempo se encontravam abandonadas. Porém, em 1999, a demolição da barragem Edwards, no rio Kennebec, estado do Maine, passou a constituir um marco relevante: foi a primeira vez que um aproveitamento hidroelétrico em funcionamento foi desativado. Em Março de 2012, foi completado o maior projeto de remoção de barragens e restauro do ecossistema fluvial nos Estados Unidos com a conclusão do projeto de restauro do rio Elwha (32 metros de altura), no estado de Washington. O principal objetivo da remoção desta barragem é restaurar o habitat de peixes como o salmão. No total, mais de 1 300 barragens foram removidas entre 1991 e 2015, sendo o país com o número mais elevado de remoção de barragens.
O primeiro caso de remoção de barragens foi em 1996, com a remoção de três grandes barragens (Kernansquillec, Saint-Etienne-du-Vigan e Maison-Rouges). França é o país líder mundial na remoção de barragens abandonadas ou que já não possuem qualquer tipo de utilidade, com mais de 2 300 obstáculos naturalmente ou artificialmente removidos.
Remoção da Barragem de Maisons-Rouges, nos Rio Vienne, França | ©Roberto Epple, ERN |
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ESPANHA
Em Setembro de 2011, a Confederación Hidrográfica del Duero desenvolve o projeto de Remoção de Barragens de La Gotera, localizado no rio Bernesga, em Espanha. Esta remoção está incluída na Estratégia Nacional de Restauração do Rio, cujo principal objetivo era assegurar a sua continuidade, fazendo com que tivesse um alcance significativo, visto que atravessa a Reserva da Biosfera do Alto Bernesga, do Programa Man & the Biosphere, da UNESCO.
No total, já foram removidas mais de 200 barragens.
A barragem de Robledo de Chavela, localizada a oeste da província de Madrid, foi construída no rio Cofio para fornecer água para o município de Robledo de Chavela, começando a funcionar em 1968. Em 1990, terminou o abastecimento de água, devido a problemas na sua qualidade. Em fevereiro de 2004, a Confederación Hidrográfica del Tajo comunicou à entidade gestora da barragem, a Câmara Municipal de Robledo de Chavela, a expiração da licença de uso da água devido ao estado de abandono em que se encontrava. Em junho de 2012, a Confederación Hidrográfica del Tajo tomou conhecimento de um escoamento de água na saída da base da barragem. Ou seja, não a foi possível reparar devido à condição irreparável do mecanismo do portão. Devido a esse motivo, a Confederación Hidrográfica del Tajo iniciou os passos
Remoção da Barragem de Yecla de Yeltes, no Rio Huebra, Espanha | ©Herman Wanningen – WFMF |
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